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segunda-feira, 30 de maio de 2011

Emissão de gases causadores do efeito estufa bate recorde em 2010

http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/meioambiente/emissao+de+gases+causadores+do+efeito+estufa+bate+recorde+em+2010/n1596988231385.html

Descoberta da Aids completa 30 anos

 Aids, uma doença ainda sem cura, foi descoberta há trinta anos e já provocou 30 milhões de mortes, transformou o mundo, gerou um investimento financeiro exemplar, uma mobilização de larga escala e avanços médicos espetaculares.
Há 30 anos, no dia 5 de junho de 1981, o Centro de Controle de Doenças de Atlanta, nos Estados Unidos, descubriu em cinco jovens homossexuais uma estranha pneumonia que até então só afetava pessoas com o sistema imunológico muito debilitado.
Um mês depois, foi diagnosticado um câncer de pele em 26 homossexuais americanos e se começou a falar de "câncer gay".
No ano seguinte, a doença foi batizada com o nome de Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, Sida, em inglês, Aids.
Em 1983 uma equipe francesa isolou o vírus transmitido pelo sangue, secreções vaginais, leite materno ou sêmen, que ataca o sistema imunológico e expõe o paciente a "infecções oportunistas" como a tuberculose ou a pneumonia.
Nestes 30 anos de Aids e seus milhões de vítimas, também foi uma época de grandes êxitos contra o vírus. Em 1996, com o desenvolvimento dos anti-retrovirais, a doença mortal passou a ser uma enfermidade crônica.
O Fundo Mundial, criado em 2002, já distribuiu 22 bilhões de dólares em subsídios e um "programa de urgência" foi organizado nos Estados Unidos.
"A Aids mudou o mundo; uma novo relação social foi criada entre os países do norte e do sul de maneira que nenhuma outra doença já tinha provocado", destacou Michel Sidibé, diretor da ONUAIDS.
A sua maneira, os doentes participam também na luta e se transformam em "pacientes experts", que relatam aos especialistas sua experiência, definem as necessidades e anotam os efeitos indesejáveis dos tratamentos, segundo Bruno Spira, presidente da associação Aides.
A Aids tem matado menos, no entanto ela não desaparece. Pelo contrário, o número de pessoas infectadas tem aumentado nos últimos anos, exigindo mais pesquisas, mais tratamentos e mais dinheiro.
Por enquanto, apenas uma em cada três pessoas que necessitam de tratamento tem acesso às drogas. Ainda pior é que para cada duas pessoas que iniciam o tratamento, cinco outras pessoas são contaminadas.
Os esforços agora são direcionados para a prevenção com novos métodos: a circuncisão, que segundo pesquisas ainda não conclusivas podem diminuir as chances de contágio; um gel microbicida para as mulheres e o tratamento dos doentes que diminui em mais de 90% as chances de transmissão do vírus.
No entanto, mesmo com trinta anos de pesquisas, e muitos investimentos, ainda não há cura e a Aids está longe de ser vencida.
Sem contar o fato que, segundo o Fundo Mundial, os financiamentos previstos para os próximos anos são claramente inferiores às necessidades.
Além disso, dois terços dos soropositivos no mundo desconhecem a própria doença e disseminam o vírus. Na França, por exemplo, uma pesquisa revelou que 18% dos clientes de bares e saunas gays estão contaminados e 20% destes desconhecem.
Socialmente, a Aids ainda é uma doença pouco comum, e muitos preferem ignorá-la. "Ainda assim, como há 30 anos, é difícil reconhecer uma 'doença vergonhosa', que não quer ser discutida mostrada falada e examinada", diz Bruno Spire, também portador do HIV.
"A Aids foi a maior epidemia do século XX e é a maior do século XXI", afirma por sua vez o professor Jean-François Delfraissy, da Agência de Pesquisa sobre a AIDS.

sábado, 28 de maio de 2011

Os gays e a Bíblia; por Frei Betto

É no mínimo surpreendente constatar as pressões sobre o Senado para evitar a lei que criminaliza a homofobia. Sofrem de amnésia os que insistem em segregar, discriminar, satanizar e condenar os casais homoafetivos.

No tempo de Jesus, os segregados eram os pagãos, os doentes, os que exerciam determinadas atividades profissionais, como açougueiros e fiscais de renda. Com todos esses Jesus teve uma atitude inclusiva. Mais tarde, vitimizaram indígenas, negros, hereges e judeus. Hoje, homossexuais, muçulmanos e migrantes pobres (incluídas as “pessoas diferenciadas”...).

Relações entre pessoas do mesmo sexo ainda são ilegais em mais de 80 nações. Em alguns países islâmicos elas são punidas com castigos físicos ou pena de morte (Arábia Saudita, Irã, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Nigéria etc).

No 60º aniversário da Decclaração Universal dos Direitos Humanos, em 2008, 27 países membros da União Europeia assinaram resolução à ONU pela “despenalização universal da homossexualidade”.

A Igreja Católica deu um pequeno passo adiante ao incluir no seu Catecismo a exigência de se evitar qualquer discriminação a homossexuais. No entanto, silenciam as autoridades eclesiásticas quando se trata de se pronunciar contra a homofobia. E, no entanto, se escutou sua discordância à decisão do STF ao aprovar o direito de união civil dos homoafetivos.

Ninguém escolhe ser homo ou heterossexual. A pessoa nasce assim. E, à luz do Evangelho, a Igreja não tem o direito de encarar ninguém como homo ou hétero, e sim como filho de Deus, chamado à comunhão com Ele e com o próximo, destinatário da graça divina.

São alarmantes os índices de agressões e assassinatos de homossexuais no Brasil. A urgência de uma lei contra a homofobia não se justifica apenas pela violência física sofrida por travestis, transexuais, lésbicas etc. Mais grave é a violência simbólica, que instaura procedimento social e fomenta a cultura da satanização.

A Igreja Católica já não condena homossexuais, mas impede que eles manifestem o seu amor por pessoas do mesmo sexo. Ora, todo amor não decorre de Deus? Não diz a Carta de João (I,7) que “quem ama conhece a Deus” (observe que João não diz que quem conhece a Deus ama...).

Por que fingir ignorar que o amor exige união e querer que essa união permaneça à margem da lei? No matrimônio são os noivos os verdadeiros ministros. E não o padre, como muitos imaginam. Pode a teologia negar a essencial sacramentalidade da união de duas pessoas que se amam, ainda que do mesmo sexo?

Ora, direis ouvir a Bíblia! Sim, no contexto patriarcal em que foi escrita seria estranho aprovar o homossexualismo. Mas muitas passagens o subtendem, como o amor entre Davi por Jônatas (I Samuel 18), o centurião romano interessado na cura de seu servo (Lucas 7) e os “eunucos de nascença” (Mateus 19). E a tomar a Bíblia literalmente, teríamos que passar ao fio da espada todos que professam crenças diferentes da nossa e odiar pai e mãe para verdadeiramente seguir a Jesus.

Há que passar da hermenêutica singularizadora para a hermenêutica pluralizadora. Ontem, a Igreja Católica acusava os judeus de assassinos de Jesus; condenava ao limbo crianças mortas sem batismo; considerava legítima a escravidão e censurava o empréstimo a juros. Por que excluir casais homoafetivos de direitos civis e religiosos?
 
Pecado é aceitar os mecanismos de exclusão e selecionar seres humanos por fatores biológicos, raciais, étnicos ou sexuais. Todos são filhos amados por Deus. Todos têm como vocação essencial amar e ser amados. A lei é feita para a pessoa, insiste Jesus, e não a pessoa para a lei. 
 
Autor: Frei Betto

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Pausa para uma reflexão V

Há homens que lutam um dia, e são bons;
Há outros que lutam um ano, e são melhores;
Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons;
Porém há os que lutam toda a vida;
Estes são os imprescindíveis!

Bertold Brecht

terça-feira, 24 de maio de 2011

Grécia Antiga - Parte 7: Educação Ateniense

Vimos que Esparta tinha como filosofia educacional formar guerreiros dispostos a matar e morrer pela sua cidade. Para isso, educava tanto homens e mulheres nas artes da guerra e dentro do mais rigoroso patriotismo e espírito de sacrifício e obediência.
No caso de Atenas, a própria organização social da cidade exigia de seus cidadãos algo mais que apenas obedecer e lutar.

Como berço da democracia, Atenas exigia de seus cidadãos o mínimo preparo necessário para dar conta das demandas que um regime democrático impõe aos seus cidadãos, que é o debate e a tomada de decisões.

Para isso, os atenienses davam aos seus filhos uma educação bem mais flexível que a espartana na qual buscavam desenvolver nos seus cidadãos as mais diversas habilidades num conjunto afinado de conhecimentos artísticos, intelectuais e sensoriais.

Vejamos abaixo as etapas da educação em Atenas:      

  • Até os sete anos, os meninos eram educados em casa na convivência dos seus. A partir daí, começavam a receber educação elementar composta de música e alfabetização. Essa educação era dada pelos tutores, mestres que transmitiam conhecimento aos filhos das famílias mais ricas.
  • A partir dos trezes anos, os mais rios começavam a ser educados em grandes ginásios, locais nos quais os meninos eram reunidos para estudar, entre outras áreas, a matemática e a filosofia. Aí também recebiam educação cívica e educação física. Para os menos abastados, a idade de treze anos marca o início do aprendizado de uma profissão.
  • Dos dezesseis aos dezoito anos, os jovens atenienses recebiam treinamento militar.
  • Após o final do treinamento, a elite continuava seus estudos nas academias, como a de Platão, e refinavam ainda mais seus conhecimentos em filosofia, oratória e política.
As mulheres de Atenas, quando comparadas com as espartanas, dispunham de pouquíssimo prestígio, estando a apenas um degrau dos escravos na escala social. Por conta disso, ninguém esperava que uma menina ateniense aprendesse a ler ou escrever, muito menos receber educação como os meninos. Chegava-se a dizer em Atenas que ensinar uma mulher a ler e escrever era como dar mais veneno a uma víbora!

Elas deveriam se doar ao máximo a seus maridos e filhos e, dessa forma, abdicar quase que totalmente de seus interesses e vontades. Cuidar do lar, monitorar o crescimento de seus filhos e devotar integral fidelidade ao marido passava a ser a vida de qualquer mulher grega.

Divididas em três classes, a elas restavam as tarefas de escravas, esposas dos cidadãos e cortesãs. As escravas eram as responsáveis pelas tarefas da casa de sua dona e ajudavam a cuidar das crianças da casa. As esposas dos cidadãos repetiam após o casamento a mesma submissão ao marido que dedicaram aos pais e irmãos. Deviam ser dóceis e humildes, sempre a disposição dos seus esposos. Eram responsabilidades dessas esposas, além da criação de seus filhos, que cuidassem da casa com o auxílio dos criados (para isso tinham que averiguar o serviço doméstico e orientar os empregados quanto a forma como esse trabalho deveria ser feito), a confecção de tecidos para a criação de peças de vestuário que seriam utilizadas pelos seus próprios familiares, a produção de tapetes e cobertas e a manutenção e embelezamento da casa.

No caso das famílias humildes, a diferença consistia na inexistência de criados para a execução dos serviços domésticos, o que acarretava a necessidade de que esses trabalhos fossem realizados pela própria esposa, inclusive cozinhar, lavar e limpar a casa.

Já as cortesãs aprendiam a ler e escrever e também podia freqüentar espaços públicos, algo impensável para as esposas dos cidadãos, que viviam recolhidas em casa, no gineceu (parte da casa destinada às mulheres), mas apenas porque tinham a função de entreter os poderosos.
“Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Vivem pros seus maridos, orgulho e raça de Atenas
Quando amadas se perfumam, se banham com leite, se arrumam
Sua melenas
Quando fustigadas não choram,
Se ajoelham, pedem, imploram
Mais duras penas,
Cadenas
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Sofrem pros seus maridos, poder e força de Atenas”
Holanda, Chico Buarque. Mulheres de Atenas. CD Meus Caros Amigos, 1976.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Veja o vídeo da campanha Rio Sem Homofobia

 O primeiro vídeo da campanha “Rio Sem Homofobia”, teve verba de quatro milhões de reais e contará com divulgação em cartazes, anúncios em jornais, revistas, spot de rádio e comerciais de TV.
Intitulado “Respeito”, o vídeo mostra dois amigos conversando e observando um casal gay, quando um dos rapazes começa a tirar sarro. “Olha ali dois enrustidos. Duas bichas...”. O amigo diz que não está vendo nada demais, e ouve novamente ofensas ao casal: “Ali, na sua frente, dois boiolas”.
Com tom de repreensão, o amigo diz ao outro que vê apenas duas pessoas. Em seguida, entra a mensagem: “Discriminação LGBT, quando você não participa, não vai pra frente”. 

  

domingo, 15 de maio de 2011

Grécia Antiga - Parte 6: Democracia ateniense - participação política, mulheres, estrangeiros e escravos

A participação política, contudo, era restrita a 10% dos habitantes da cidade. Ficavam excluídos da vida pública, entre outros, estrangeiros residentes em Atenas (os chamados metecos), escravos e mulheres, ou seja, a maior parte da população. Que na época era de 400 000, dividida em 40 000 "cidadãos", 100 000 de metecos (ou estrangeiros), 200 000 de escravos e 60 000 de mulheres e crianças.
Apesar desses limites, a democracia ateniense foi a forma de governo que, no mundo antigo, mais direitos políticos estendeu ao indivíduo. Com as reformas de Clístenes, as funções administrativas ficaram a cargo da Bulé (um conselho formado a princípio de quatrocentos membros, responsável pelas funções administrativas e pela preparação das leis), ou Conselho dos 500. Seus integrantes eram sorteados entre os cidadãos. Clístenes fortaleceu ainda a Eclésia, (ou Assembléia, formada por indivíduos livres do sexo masculino. Além de votar as propostas de leis, a Eclésia deliberava sobre assuntos de interesse geral) que passou a se reunir uma vez por mês para discutir e votar leis, além de outros temas de interesse geral dos cidadãos. Os assuntos militares ficaram sob a responsabilidade dos estrategos.
Atribuiu-se a Clístenes ainda a instituição do Ostracismo, que consistia na suspensão dos direitos políticos e no exílio por dez anos dos cidadãos considerados perigosos para o Estado.
 *** Clístenes (Atenas, 565 a.C. – Atenas, 492 a.C.) foi um político grego antigo, que levou adiante a obra de Sólon e, como este último, é considerado um dos pais da democracia. Embora fosse um membro da aristocracia ateniense, além de liderar uma revolta popular, reformou a constituição da antiga Atenas em 508 a.C. Realizou uma verdadeira reforma política que proporcionou aos cidadãos, independentemente do critério de renda, o direito de voto e ocupação dos mais diversos cargos.